domingo, 30 de novembro de 2008

O novo Presidente dos USA...











Frei Betto
A partir do próximo 20 de janeiro, Barak Obama, filho de pai africano e mãe usamericana, vai ocupar, ao menos por quatro anos, a cadeira presidencial da Casa Branca.
Numa nação profundamente marcada pelo racismo, como os EUA, este sonho se tornou realidade graças à corajosa atitude, em 1955, de Rosa Parks. Costureira, militante do Movimento Negro, aos 42 anos, no dia 1o de Dezembro de 1955, Rosa entrou no ónibus em Montgomery, Alabama, e ocupou o único assento vago.
Pouco depois, ingressou um homem branco. Exigiu que ela se levantasse para ele se acomodar. Todos no Alabama conheciam a lei: no transporte público, brancos tinham precedência sobre negros. Rosa fez como Antígona e, entre a lei e a justiça, escolheu esta última. Manteve-se sentada.
Presa, foi liberada após pagar multa. Ficou desempregada e sofreu ameaças de morte, que a obrigaram a se mudar para Detroit. Entrevistada, afirmou: “A verdadeira razão de eu não ter cedido meu banco no ónibus foi porque senti que tinha o direito de ser tratada como qualquer outro passageiro”.
Logo, sua atitude solitária transformou-se em solidária. Um jovem pastor da Igreja Baptista, Martin Luther King Jr., incentivou seus fiéis negros a seguir-lhe o exemplo. No Alabama, a população negra boicotou o transporte público por mais de um ano, até derrubar a lei racista. Rosa havia acendido o estopim da causa usamericana pelos direitos civis e contra o apartheid. Por toda parte os negros abraçavam a desobediência civil e repetiam: I’m black, I’m proud (Sou negro e me orgulho).
Rosa não viveu o suficiente para participar da posse de Obama. Morreu aos 92 anos. Em sua homenagem, a empresa de computadores Apple gravou na logomarca de seu site Think different (Pense diferente) e, abaixo, “Rosa Parks (1913-2005)”.
Há algo de novo no Continente americano: as elites econômicas já não coincidem com as políticas. Lula no Brasil, Morales na Bolívia, Chávez na Venezuela, Correa no Equador, Lugo no Paraguai e, agora, Obama nos EUA, destoam completamente do DNA das tradicionais oligarquias políticas do Continente. Sinal de que a democracia virtual está seriamente ameaçada pela democracia real, multi cultural, sobretudo agora que a crise do capitalismo desmoraliza o dogma da auto-regulação do mercado e apela à intervenção do Estado.
Obama é tudo aquilo que merece o desprezo dos WASP, sigla usamericana que significa “Branco, Anglo-Saxão e Protestante”, marca da parcela racista da elite dos EUA.
Já na década de 80, as coisas pareciam fora de controle quando Jesse Jackson, também negro, concorreu à presidência, em 1984 e 1988. Aliás, a linguagem, como diria Freud, revela significados além de sua etimologia. Muitos se referem a Obama como “afro-americano”. Ninguém jamais chamou Bush de “euro-americano”, ou qualquer um de nós, brancos, descendentes de espanhóis e portugueses que colonizaram a América Latina, de “ibero-americano”.
Por falar em palavras, uma que precisa perder espaço nos dicionários e em nosso vocabulário é raça, quando aplicada a seres humanos. Segundo a biologia, ela não existe. Há tão-somente a espécie humana.
Nossas individualidades e identidades não são construídas a partir da coloração epidérmica, e sim da multidimensional idade de nossa interacção social. Portanto, não faz sentido falar em Estatuto da Igualdade Racial ou em Secretaria Especial de Política de Promoção da Igualdade Racial.
Precisamos construir uma sociedade e uma cultura desnacionalizadas. Como afirma o cientista Sérgio Danilo Pena, do Projecto Genoma Humano, “um pensamento reconfortante é que, certamente, a humanidade do futuro não acreditará em raças mais do que acreditamos hoje em bruxaria. E o racismo será relatado no futuro como mais uma abominação histórica passageira, assim como percebemos hoje o disparate que foi a perseguição às bruxas”.
Obama pode se revelar uma caixa de surpresas. Mas é gratificante vê-lo e a Lewis Hamilton, campeão da Fórmula 1, se destacarem num universo até então monopolizado pelos brancos.

Frei Betto é escritor, autor de “A arte de semear estrelas” (Rocco), entre outros livros.




Ametista

Reflexão...






Um agricultor coleccionava cavalos e só lhe faltava uma determinada raça.Um dia ele descobriu que o seu vizinho tinha esse determinado cavalo e atazanou-o até conseguir comprá-lo.Um mês depois o cavalo adoeceu e ele chamou o veterinário: - Bem, o seu cavalo está com uma virose; é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu regressarei e, caso ele não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.Ali perto, o porco escutava a conversa toda... No dia seguinte deram o medicamento ao cavalo e foram-se embora.
O porco aproximou-se do cavalo e disse:- Força, amigo! Levanta-te daí, senão serás sacrificado!!!No segundo dia, deram-lhe o medicamento e foram-se embora.
O porco aproximou-se do cavalo e disse: - Vamos lá amigo, levanta-te senão vais morrer! Vamos lá, eu ajudo-te a levantar... Upa! Um, dois, três!No terceiro dia deram-lhe o medicamento e o veterinário disse:- Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos. Quando se foram embora, o porco aproximou-se do cavalo e disse:- É agora ou nunca, levanta-te depressa! Coragem! Upa! Upa! Isso, devagar! Óptimo, vamos, um, dois, três, agora mais depressa, vá... Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa!!! Tu venceste, Campeão!!! Então, de repente o dono chegou, viu o cavalo a correr no campo e gritou:- Milagre!!! O cavalo melhorou! Isto merece uma festa... para comemorar, vamos matar o porco!!!Reflexão:Isto acontece com frequência no ambiente de trabalho e na vida também. Dificilmente se percebe quem é o funcionário que tem o mérito pelo sucesso.
Por isso "saber viver sem ser reconhecido é uma arte".Se algum dia alguém te disser que o teu trabalho não é de um profissional, lembra-te:
"Amadores construíram a Arca de Noé e profissionais construíram o Titanic". "Procura ser uma pessoa de valor, em vez de uma pessoa de sucesso



Ametista

sábado, 22 de novembro de 2008

Um Adeus com gosto de... saudades






De repente tomei consciência que chegara a hora de nos ausentarmos, nada definitivo, afinal dentro de um mês estaríamos todos juntos novamente, mesmo assim não foi fácil...
A ansiedade, o tempo para arrumar malas, organizar a vida de maneira que não houvesse contratempo no retorno, tudo pensado ao pormenor.
Primeiramente uma pequena viagem entre amigos durante 10 dias, depois tivemos pouco mais de uma semana para amadurecer a ideia do "adeus"...
Chega o dia "D", levantámos da cama mais cedo que o normal, mais uma olhadela na bagagem, confirmação do peso para não ultrapassar as exigências feitas pelas companhias aéreas, tudo em ordem... mais algumas providências, um lanche rápido, a ansiedade dominava o estômago de maneira que era impossível relaxar e comer algo mais consistente, natural para quem espera há 730 dias para rever a família!
Confirmado horário da partida... que nada, voos saem sempre com atraso e ainda não foi desta que o avião levantou voo na hora certa, nada comprometedor.
Chegara mesmo a hora do adeus... um aperto no coração... chorar agora? Não! Aprendi que devemos partilhar a felicidade alheia, portanto, tenho que está feliz também. Sem, drama! Um abraço, beijinhos... até sempre!
É, acho melhor correr para não chegar atrasada ao trabalho, apanho um táxi! O dia correu bem embora aquela necessidade de notícias martelasse o meu pensamento... Meia noite... mando sms... Nada!! 1:20 Hs da manhã um SMS: Cheguei, a viagem foi óptima! Está tudo bem. Ok, hora de dormir...
Outro dia, a vida continua... 15:30Hs aproximadamente, sinto uma saudade!!!! Lágrimas caem e não resisto, mando outro sms o qual não tive resposta, a noite vou a internet e nada! Logo cedo resolvo telefonar, finalmente tudo está bem.
Mais tranquila na normalidade do dia-a-dia, as saudades se repetem, a nova maneira de pensar, viver e ver o mundo como ele é, cheio de momentos inesperados.
Ametista

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

AMOR SEM ILUSÃO...




Conta-se que um jovem caminhava pelas montanhas nevadas da velha Índia, absorvido em profundos questionamentos sobre o amor, sem poder solucionar suas ansiedades. Ao longo do caminho, à sua frente, percebeu que vinha em sua direcção um velho sábio. E porque se demorasse em seus pensamentos sem encontrar uma resposta que lhe aquietasse a alma, resolveu pedir ao sábio que o ajudasse. Aproximou-se e falou com verdadeiro interesse: - Senhor, desejo encontrar minha amada e construir com ela uma família com bases no verdadeiro amor. - Todavia, sempre que me vem à mente uma jovem bela e graciosa e eu a olho com atenção, em meus pensamentos ela vai se transformando rapidamente. - Seus cabelos tornam-se alvos como a neve, sua pele rósea e firme fica pálida e se enche de profundos vincos. - Seu olhar vivaz perde o brilho e parece perder-se no infinito. Sua forma física se modifica acentuadamente e eu me apavoro. - Desejo saber, meu sábio, como é que o amor poderá ser eterno, como falam os poetas? Nesse mesmo instante aproxima-se de ambos uma jovem envolta em luto, trazendo no rosto expressões de profunda dor. Dirige-se ao sábio e lhe fala com voz embargada: - Acabo de enterrar o corpo de meu pai que morreu antes de completar 50 anos. - Sofro porque nunca poderei ver sua cabeça branca aureolada de conhecimentos. Seu rosto marcado pelas rugas da experiência, nem seu olhar amadurecido pelas lições da vida. - Sofro porque não poderei mais ouvir suas histórias sábias nem contemplar seu sorriso de ternura. - Não verei suas mãos enrugadas tomando as minhas com profundo afecto. Nesse momento o sábio dirigiu-se ao jovem e lhe falou com serenidade: - Você percebe agora as nuanças do amor sem ilusões, meu jovem? - O amor verdadeiro é eterno porque não se apega ao corpo físico, mas se afeiçoa ao ser imortal que o habita temporariamente. - É nesses sentimentos sem ilusões nem fantasias que reside o verdadeiro e eterno amor. A lição do velho sábio é de grande valia para todos nós que buscamos as belezas da forma física sem observar as grandezas da alma imortal. O sentimento que valoriza somente as aparências exteriores não é amor, é paixão ilusória. O amor verdadeiro observa, além da roupagem física que se desgasta e morre, a alma que se aperfeiçoa e a deixa quando chega a hora, para prosseguir vivendo e amando, tanto quanto o permita o seu coração imortal. Pense nisso! As flores, por mais belas que sejam, um dia emurchessem e morrem... Mas o seu perfume permanece no ar e no olfacto daqueles que o souberam guardar em frascos adequados. O corpo humano, por mais belo e cheio de vida que seja, um dia envelhece e morre. Mas as virtudes do espírito que dele se liberta continuam vivas nos sentimentos daqueles que as souberam apreciar e preservar, no frasco do coração.


Momento Espírita


Ametista