sábado, 27 de dezembro de 2008

Morrer é Preciso...






Nós estamos acostumados a ligar a palavra Morte apenas à ausência de vida e isso é um erro.
Existem outros tipos de morte e precisamos morrer todos os dias.
A morte nada mais é que uma passagem, uma transformação.
Não existe planta sem a morte da semente,
Não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma.
Não existe borboletas sem a morte da lagarta e isso é óbvio.
A morte nada mais é que o ponto de partida para o início de algo novo, a fronteira entre o passado e o futuro.
Se você quer ser um bom Universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente.
Quer ser um bom profissional?
Então, mate dentro de você o Universitário descomprometido que acha que a vida se resume a ESTUDAR só o suficiente para fazer as provas.
Quer ter um bom relacionamento?
Então mate dentro de você o jovem inseguro, ciumento, crítico, exigente, imaturo, egoísta ou solteiro solto que pensa que pode fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projectos e tempo com mais ninguém.
Quer ter boas amizades?
Então mate dentro de si a pessoa insatisfeita e descompromissada que só pensa em si mesmo.
Mate a vontade de tentar manipular as pessoas de acordo com as suas conveniências.
Respeite seus amigos, colegas de trabalho e vizinhos, enfim, todo o processo de evolução exige que matemos o nosso "EU" passado, inferior.
E qual o risco de nos agirmos assim?
O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo essa produtividade, e por fim, prejudicando o nosso sucesso.
Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projectam para o que serão ou desejam ser.
Querem nova etapa sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam, acabam se transformando em projectos inacabados, híbridos, adultos infantilizados.
Podemos até agir, ás vezes, como meninos, de tal forma que mantemos as virtudes de criança que também são necessárias:
Brincadeiras, sorriso fácil, vitalidade, criatividade, tolerância, etc.
Mas se quisermos ser adultos, devemos necessariamente matar atitudes infantis, para que possamos agir como verdadeiros adultos.
Quer ser alguém ( Líder, profissional, pai, mãe, cidadão, cidadã, amigo ou amiga) melhor evoluído?
Então, o que você precisa matar em si, ainda hoje, é o "EGOÍSMO e o EGOCENTRISMO", para que nasça o ser que você tanto deseja ser.
Pense nisso e morra, mas não esqueça de nascer melhor ainda.
O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Fernando pessoa
Ametista

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Mensagem de Natal



A música que vinha da casa

Como sempre fazia na véspera de Natal, o rei convidou o primeiro ministro para um passeio. Gostava de ver como enfeitavam as ruas – mas para evitar que os súbditos exagerassem nos gastos com o objectivo de agradá-lo, os dois sempre se disfarçavam com roupas de comerciantes que vinham de terras distantes.
Caminharam pelo centro, admirando as guirlandas de luz, os pinheiros, as velas acesas nos degraus das casas, as barracas que vendiam presentes, os homens, mulheres e crianças que saiam apressados para juntar-se a seus parentes e celebrarem aquela noite em torno de uma mesa farta.
No caminho de volta, passaram pelo bairro mais pobre; ali o ambiente era completamente distinto. Nada de luzes, velas, ou o cheiro gostoso de comida pronta para ser servida. Não se via quase ninguém na rua, e como fazia todos os anos, o rei comentou com o ministro que precisava prestar mais atenção aos pobres do seu reino. O ministro acenou positivamente com a cabeça, sabendo que em breve o assunto estaria de novo esquecido, enterrado na burocracia cotidiana, aprovação de orçamentos, discussões com emissários estrangeiros.
De repente, notaram que de uma das casas mais pobres vinha o som de uma música. O barraco mal construído, com várias frestas entre as madeiras apodrecidas, permitia que vissem o que se passava lá dentro, e era uma cena completamente absurda: um velho em uma cadeira de rodas que parecia chorar, uma jovem completamente careca que dançava, e um rapaz de olhar triste que tocava um tamborim e cantava uma canção do folclore popular.
- Vou ver o que está acontecendo – disse o rei.
Bateu à porta. O jovem interrompeu a música e veio atender.
- Somos mercadores em busca de um lugar para dormir. Escutamos a música, vimos que ainda estão acordados, e gostaria de saber se podemos passar a noite aqui.
- Os senhores encontrarão abrigo em algum hotel da cidade. Infelizmente não podemos ajudá-los; apesar da música, esta casa está cheia de tristeza e sofrimento.
- E podemos saber por que?
- Por minha causa – era o velho na cadeira de rodas que falava. – Durante toda a minha vida, procurei educar meu filho para que aprendesse caligrafia, de modo a ser um dos escribas do palácio. Entretanto, os anos se passavam e as novas inscrições para o cargo jamais foram abertas. Até que esta noite tive um sonho estúpido: um anjo aparecia e me pedia para que comprasse uma taça de prata, já que o rei iria me visitar, beber um pouco, e conseguir emprego para o meu filho.
“A presença do anjo era tão convincente que resolvi seguir o que dizia. Como não temos dinheiro, minha nora foi hoje de manhã até o mercado, vendeu seus cabelos, e compramos esta taça que está ai na frente. Agora eles tentam me alegrar, cantando e dançando porque é Natal, mas é inútil”.
O rei viu a taça de prata, pediu que servissem um pouco de água porque estava com sede, e antes de partir, comentou com a família:
- Que coincidência! Hoje mesmo estivemos com o primeiro ministro, e ele nos disse que as inscrições seriam abertas na semana que vem.
O velho acenou com a cabeça, sem acreditar muito no que ouvia, e despediu-se dos estrangeiros. Mas no dia seguinte, uma proclamação real foi lida por todas as ruas da cidade; procuravam um novo escriba para a corte. Na data marcada, o salão de audiências estava cheio de gente, ansiosa para competir por tão cobiçado cargo. O primeiro ministro entrou, pediu que todos preparassem seus blocos e canetas:
- Eis o tema da dissertação: por que um velho homem chora, uma mulher careca dança, e um rapaz triste canta?
Um murmúrio de espanto percorreu toda a sala: ninguém sabia contar uma história como essa! Excepto um jovem com roupas humildes, em um dos cantos da sala, que abriu um largo sorriso e começou a escrever. (baseado em um conto indiano)

Paulo Coelho


Ametista

domingo, 14 de dezembro de 2008

Tuberculose...





TUBERCULOSE PULMONAR

É uma infecção causada por um microrganismo chamado Mycobacterium tuberculosis, também conhecido por bacilo de Koch.
A doença costuma afectar os pulmões mas pode, também, ocorrer em outros órgãos do corpo, mesmo sem causar dano pulmonar.
Esta doença ocorre em todo mundo. A Organização Mundial de Saúde estimou a presença de 8 milhões de novos casos de tuberculose activa no mundo somente no ano de 1990, com aproximadamente 2,6 milhões de mortes naquele ano. Com o surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Humana (SIDA) no início da década de 80, o número de casos da doença aumentou bastante.
A tuberculose é mais comum nas áreas do mundo onde há muita pobreza, promiscuidade, desnutrição, má condição de higiene e uma saúde pública deficitária. Os países com maior incidência da doença são a Índia, China, Indonésia, Bangladesh, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Congo, Rússia e Brasil.
No Brasil, em 1996, 5.928 mortes foram oficialmente atribuídas a tuberculose - valor este, certamente, subestimado. Em 1998, ocorreram no Brasil 51,3 casos de tuberculose para cada 100 mil habitantes. A situação no norte e nordeste do país é mais grave, por serem regiões socioeconomicamente desfavorecidas. Esta doença tem incidência elevada em áreas confinadas como prisões, lares de idosos e quartéis.
Como se adquire?
Geralmente, pega-se a doença pelo ar contaminado eliminado pelo indivíduo com a tuberculose nos pulmões. A pessoa sadia inala gotículas, dispersas no ar, de secreção respiratória do indivíduo doente. Este, ao tossir, espirrar ou falar, espalha no ambiente as gotículas contaminadas, que podem sobreviver, dispersas no ar, por horas, desde que não tenham contacto com a luz solar. A pessoa sadia, respirando no ambiente contaminado, acaba inalando esta mico bactéria que se implantará num local do pulmão. Em poucas semanas, uma pequena inflamação ocorrerá na zona de implantação. Não é ainda uma doença. É o primeiro contacto do germe com o organismo (primo infecção). Depois disso, esta bactéria pode se espalhar e se alojar em vários locais do corpo.
Se o sistema de defesa do organismo estiver com uma boa vigilância, na maioria dos casos, a bactéria não causará doença, ficará sem actividade (período latente). Se, em algum momento da vida, este sistema de defesa diminuir, a bactéria que estava no período latente poderá entrar em actividade e vir a causar doença. Mas, também há a possibilidade da pessoa adquirir a doença no primeiro contacto com o germe.
Então, após a transmissão do bacilo de Koch pela via inalatória, quatro situações podem ocorrer:
1.O indivíduo, através de suas defesas, elimina o bacilo;
2.A bactéria se desenvolve, mas não causa a doença;
3.A tuberculose se desenvolve, causando a doença – chamada de tuberculose primária;
4.A activação da doença vários anos depois – chamada de tuberculose pós-primária (por reactivação endógena).
Existe também a tuberculose pós-primária a partir de um novo contágio que ocorre, usualmente, por um germe mais virulento (agressivo).
A contagiosidade da doença depende:
da extensão da doença – por exemplo, pessoas com “cavernas” no pulmão ou nos pulmões, tem maior chance de contaminar outras pessoas. As “cavernas” são lesões como cavidades causadas pelo bacilo da tuberculose no doente. Dentro destas lesões existem muitos bacilos;
da liberação de secreções respiratórias no ambiente através do ato de tossir, falar, cantar ou espirrar;
das condições do ambiente – locais com pouca luz e mal ventilados favorecem o contágio;
do tempo de exposição do indivíduo sadio com o doente.
Devemos lembrar que a intensidade do contacto é importante. A pessoa de baixa renda que vive no mesmo quarto de uma casa pequena e mal ventilada com uma pessoa com tuberculose pulmonar, está mais propensa a adquirir a doença do que outra que tem contacto eventual ou ao ar livre com um doente.
Por outro lado, os bacilos que são depositados pelo doente em toalhas, roupas, copos, pratos e outros não representam um risco para transmissão da doença.
Que factores facilitam o surgimento da doença?
Morar em região de grande prevalência da doença;
Ser profissional da área da saúde;
Confinamento em asilos, presídios, manicómios ou quartéis;
Ser negro – a raça negra parece ser mais suscetível à infecção pelo bacilo da tuberculose;
Predisposição genética;
Idade avançada;
Desnutrição;
Alcoolismo;
Uso de drogas ilícitas;
Uso cronico de medicações como os transplantados de órgãos usam, o corticosteróide ou outras que também diminuam a defesa do organismo;
Doenças como SIDA, diabete, insuficiência crónica dos rins, silicose (doença crónica pulmonar) ou tumores.
Tuberculose e SIDA..
Desde o seu surgimento no início da década de 80, o vírus da Síndrome da Imunodeficiência Humana (HIV) tornou-se um dos principais factores de risco para o desenvolvimento da tuberculose nas pessoas infectadas (“portadoras”) pelo Mycobacterium tuberculosis. A chance do indivíduo infectado pelo HIV adoecer de tuberculose é de aproximadamente 10% ao ano, enquanto que no indivíduo imunocompetente é de 10% ao longo de toda a sua vida.
No Brasil, conforme a faixa etária, a co-infecção tuberculose-HIV pode chegar até em torno de 25%.
Quais são os sinais e sintomas?
tosse persistente que pode estar associada à produção de escarro
pode ter sangue no escarro ou tosse com sangue puro
febre
suor excessivo à noite
perda de peso
perda do apetite
fraqueza
Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico presuntivo é feito baseado nos sinais e sintomas relatados pelo paciente, associados a uma radiografia do tórax que mostre alterações compatíveis com tuberculose pulmonar. O exame físico pode ser de pouco auxílio para o médico.
Já o diagnóstico de certeza é feito através da colecta de secreção do pulmão. O escarro (catarro) pode ser colectado (de preferência, pela manhã) ao tossir. Devem ser avaliadas, inicialmente, duas amostras colhidas em dias consecutivos. Podem ser necessárias amostras adicionais para obtenção do diagnóstico. Encontrando o Mycobacterium tuberculosis está confirmada a doença.
Outro teste utilizado é o teste de Mantoux, que pode auxiliar no diagnóstico da doença. É feito injectando-se tuberculina (uma substância extraída da bactéria) debaixo da pele. Se, após 72-96h, houver uma grande reacção de pele, significa que pode haver uma infecção activa ou uma hipersensibilidade pela vacinação prévia com BCG feita na infância. Então, este exame não confirma o diagnóstico, mas pode auxiliar o médico.
Existem outros recursos para a confirmação da doença. Dentre eles está o aspirado gástrico – é aspirado conteúdo do estômago à procura do bacilo contido no escarro deglutido. É mais usado em crianças. Já a fibrobroncoscopia é muito utilizada nos casos em que não há expectoração. Neste exame, um aparelho flexível entra no pulmão e colecta material que deve ser encaminhado para a pesquisa do bacilo da tuberculose. Em poucos casos, a biopsia pulmonar, através de cirurgia, pode ser necessária. Existem ainda outros métodos diagnósticos para auxiliar o médico.
Como se trata?
O tratamento da tuberculose é padronizado no Brasil. As medicações são distribuídas pelo sistema de saúde, através de seus postos municipais de atendimento. O tratamento inicial (preferencial), chama-se RHZ e inclui três medicações: rifampicina(R), isoniazida(H) e pirazinamida(Z). É muito eficaz. A cura usando o esquema RHZ por 6 meses, que é preconizado pelo sistema público de saúde, aproxima-se de 100% quando a medicação é utilizada de forma regular, ou seja, todos os dias.
Antes da existência de medicamentos efectivos para o combate da doença, 50% dos indivíduos morriam sem tratamento, 25% tinham cura espontânea e 25% tornavam-se doentes crónicos.
Geralmente, o tratamento dura seis meses, mas, em casos especiais, pode ser mais longo. Nos primeiros dois meses, são utilizadas as três medicações juntas. Já nos últimos quatro meses, são utilizadas a rifampicina associada a isoniazida. O motivo da utilização de mais de uma medicação contra o mesmo germe é que a taxa de resistência do microorganismo a este esquema tríplice é baixa. Os medicamentos agem em lugares diferentes, de maneira sinérgica. No caso de gestação, o tratamento não deve ser alterado. Deve ser realizado o esquema RHZ com duração de seis meses.
Dentre os efeitos indesejáveis mais frequentes causados pelas medicações contra tuberculose estão a náusea, vómitos e dor abdominal. Nestes casos, o paciente deverá comunicar seu médico.
Além do esquema de tratamento RHZ, existem outros esquemas (com outras combinações de medicações) que podem ser utilizados em situações especiais ou nos casos de falência com o tratamento de primeira linha (preferencial).
Como se previne?
Para uma boa prevenção, o mais importante é detectar e tratar todos os pacientes bacilíferos, ou seja, todos aqueles com o bacilo de Koch nos pulmões (doentes).
Para isso, é muito importante um bom sistema público de controle da doença, para identificar precocemente os doentes, evitando que novos casos apareçam.
O doente durante as duas primeiras semanas de tratamento pode contagiar ainda outros indivíduos. Portanto, deve proteger a boca com a mão ao tossir ou espirrar. Também deverá procurar não ficar próximo, principalmente em lugares fechados, às pessoas sadias. Estes são cuidados simples para que a doença não contamine outros indivíduos.
Outra conduta importante é o controle dos comunicantes. Comunicantes são aquelas pessoas que têm contacto íntimo com o doente (vivem na mesma casa, por exemplo). Estes devem ser investigados pelo médico assistente através de exames solicitados na consulta médica.
Se for indicado, os comunicantes devem iniciar a quimioprofilaxia, um tratamento feito com isoniazida com o intuito de prevenir a doença nos comunicantes. Ela é realizada durante seis meses. Em alguns casos especiais, podem durar mais tempo.
Além disso, a vacinação com BCG no recém-nascido, protege as crianças e os adultos jovens contra as formas graves de tuberculose primária como a miliar (disseminada nos pulmões e outros órgãos) e a meningite tuberculosa. A eficácia da vacina está entre 75 e 85%.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Qual a conduta no caso da tuberculose, durante a gravidez?
Como fica a situação do recém-nascido que vive com um adulto com tuberculose?
Os remédios para tuberculose diminuem o efeito do anticoncepcional oral?
Quais são os efeitos colaterais mais frequentes que podem surgir com o uso dos medicamentos contra tuberculose?
As pessoas com doença crónica do fígado podem fazer o tratamento usual contra tuberculose?


Ametista

Anorexia...

O que é anorexia


Essencialmente é o comportamento persistente que uma pessoa apresenta em manter seu peso corporal abaixo dos níveis esperados para sua estatura, juntamente a uma percepção distorcida quanto ao seu próprio corpo, que leva o paciente a ver-se como "gordo". Apesar das pessoas em volta notarem que o paciente está abaixo do peso, que está magro ou muito magro, o paciente insiste em negar, em emagrecer e perder mais peso. O funcionamento mental de uma forma geral está preservado, excepto quanto a imagem que tem de si mesmo e o comportamento irracional de emagrecimento.O paciente anoréctico costuma usar meios pouco usuais para emagrecer. Além da dieta é capaz de submeter-se a exercícios físicos intensos, induzir o vomito, jejuar, tomar diurético e usar laxantes. Aos olhos de quem não conhece o problema é estranho como alguém "normal" pode considerar-se acima do peso estando muito abaixo. Não há explicação para o fenómeno mas deve ser levado muito a sério pois 10% dos casos que requerem internação para tratamento (em hospital geral) morrem por inanição, suicídio ou desequilíbrio dos componentes sanguíneos.

Como é o paciente com anorexia?O paciente anoréctico só se destaca pelo seu baixo peso. Isto significa que no seu próprio ambiente as pessoas não notam que um determinado colega está doente, pelo seu comportamento. Mas se forem juntos ao restaurante ficará evidente que algo está errado. O paciente com anorexia não considera seu comportamento errado, até recusa-se a ir ao especialista ou tomar medicações. Como não se considera doente é capaz de falar desembaraçadamente e convictamente para os amigos, colegas e familiares que deve perder peso apesar de sua magreza. No começo as pessoas podem até achar que é uma brincadeira, mas a contínua perda de peso apesar da insistência dos outros em convencer o paciente do contrário, faz soar o alarme. Aí os parentes se assustam e recorrem ao profissional da saúde mental.Os pacientes com anorexia podem desenvolver um paladar estranho ou estabelecer rituais para a alimentação. Algumas vezes podem ser flagrados comendo escondidos. Isto não invalida necessariamente o diagnóstico embora seja uma atitude suspeita.Depois de recuperado o próprio paciente, já com seu peso restabelecido e com a recordação de tudo que se passou não sabe explicar porque insistia em perder peso. Na maioria das vezes prefere não tocar no assunto, mas o fato é que nem ele mesmo concorda com a conduta insistente de emagrecer. Essa constatação no entanto não garante que o episódio não volte a acontecer. Depois de recuperados esses pacientes retornam a sua rotina podendo inclusive ficar acima do peso.Há dois tipos de pacientes com anorexia. Aqueles que restringem a alimentação e emagrecem e aqueles que têm episódios denominados binge. Nesses episódios os pacientes comem descontroladamente até não aguetarem mais e depois vomitam o que comeram. Às vezes a quantidade ingerida foi tão grande que nem é necessário induzir o próprio vomito: o próprio corpo se encarrega de eliminar o conteúdo gástrico. Há casos raros de pacientes que rompem o estômago de tanto comerem.

Qual o curso dessa patologia?A idade média em que surge o problema são 17 anos. Encontramos muitos primeiros episódios entre os 14 e os 18 anos. Dificilmente começa depois dos 40 anos. Muitas vezes eventos negativos da vida da pessoa desencadeiam a anorexia, como perda de emprego, mudança de cidade, etc. Não podemos afirmar que os eventos negativos causem a doença, no máximo só podemos dizer que o precipitam. Muitos pacientes têm apenas um único episódio de anorexia na vida, outros apresentam mais do que isso. Não temos por enquanto meios de saber se o problema voltará ou não para cada paciente: sua recidiva é imprevisível. Alguns podem passar anos em anorexia, numa forma que não seja incompatível com a vida mas também sem restabelecer o peso ideal. Mantendo-se inclusive a auto-imagem distorcida. A internação para a reposição de nutrientes é recomendada quando os pacientes atingem um nível crítico de risco para a própria saúde.

Sobre quem a anorexia costuma incidir?As mulheres são largamente mais acometidas pela anorexia, entre 90 e 95% dos casos são mulheres. A faixa etária mais comum é a dos adultos jovens e adolescentes podendo atingir até a infância, o que é bem menos comum. A anorexia é especialmente mais grave na fase de crescimento porque pode comprometer o ganho esperado para a pessoa, resultando numa estatura menor do que a que seria alcançada caso não houvesse anorexia. Na fase de crescimento há uma necessidade maior de ganho calórico: se isso não é obtido a pessoa cresce menos do que cresceria com a alimentação normal. Caso o episódio dure poucos meses o crescimento pode ser compensado. Sendo muito prolongado impedirá o alcance da altura geneticamente determinada. Na população geral a anorexia atinge aproximadamente 0,5%, mas suspeita-se que nos últimos anos o número de casos de anorexia venha aumentando. Ainda é cedo para se afirmar que isto se deva ao modelo de mulher magra como o mais atraente, divulgado pela mídia, esta hipótese está sendo extensivamente pesquisada. Para se confirmar se a incidência está crescendo são necessários anos de estudo e acompanhamento da incidência, o que significa um procedimento caro e demorado. Só depois de se confirmar que o índice de anorexia está aumentando é que se poderá pesquisar as possíveis causas envolvidas. Até bem pouco tempo acreditava-se que a anorexia acontecia mais nas sociedades industrializadas. Na verdade houve falta de estudos nas sociedades em desenvolvimento. Os primeiros estudos nesse sentido começaram a ser feitos recentemente e constatou-se que a anorexia está presente também nas populações desfavorecidas e isoladas das propagandas do corpo magro.

O tratamento da anorexia continua sendo difícil. Não há medicamentos específicos que restabeleçam a correta percepção da imagem corporal ou desejo de perder peso. Por enquanto as medicações têm sido paliativos. As mais recomendadas são os antidepressivos tricíclicos (possuem como efeito colateral o ganho de peso). Os antidepressivos inibidores da receptação da serotonina têm sido estudados mas devem ser usados com cuidado uma vez que podem contribuir com a redução do apetite. É bom ressaltar que os pacientes com anorexia têm o apetite normal, ou seja, sentem a mesma fome que qualquer pessoa. O problema é que apesar da fome se recusam a comer. As psicoterapias podem e devem ser usadas, tanto individuais como em grupo ou em família.A indicação dependerá do profissional responsável. Por enquanto não há uma técnica especialmente eficaz. Forçar a alimentação não deve ser feita de forma rotineira. Só quando o nível de desnutrição é ameaçador. Forçar alimentação significa internar o paciente e fornecer alimentos líquidos através de sonda naso-gástrica. Geralmente quando se chega a isso torna-se necessário também conter (amarrar) o paciente no leito para que ele não retire a sonda.





Ametista

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Inundações


Este é um assunto do qual posso falar na 1ª pessoa, pois, vivi experiências com inundações quando ainda era uma criança e que até hoje, lembro de tudo que vi e passei naquela época.
O rio que banhava a minha cidade de uma hora para outra começou a encher, encher, encher!
Era época de grandes chuvas e um açude que ficava na mesma região sangrava e estava em perigo de arrombamento.
Todas as pessoas das cidades vizinhas foram advertidas a abandonarem suas casas, pois, o perigo estava a caminho.
Nem todos estavam de acordo em obedecer os avisos dados pelas autoridades locais através das rádios e cada hora percebia-se que as águas do rio subiam com intensidade. Aviões do exercito sobrevoavam as localidades em perigo e mandavam para baixo panfletos a pedir as pessoas que se retirassem de suas casas com urgência. Enquanto isso, as águas começavam a alcançar as primeiras residências, o tal açude havia arrombado...
Os proprietários de casas maiores ajudavam os vizinhos a guardarem seus pertences em sótão.
Lembro-me bem que toda a minha família ficou separada por longos dias, uns para um lado, outros para outro lado com diferentes famílias...
Minha mãe foi uma verdadeira heroína ajudando a todos que precisavam naquele momento difícil, só deixou sua casa , juntamente com uma família amiga no último momento, depois de haver ajudado a muitos salvarem seus pertences, pois, a nossa casa era grande, alta e com um grande sótão, então, foi aí que viu que já só podia sair de casa de canoa, e foi assim que juntamente com os amigos saíram para um lugar mais alto. Encontramo-nos vários dias depois numa pequena casa num local de maior altitude. Não sei por quanto dias ficamos por lá e muito menos sei quantas pessoas haviam naquela pequena casa onde permanecíamos juntamente com animais salvos das águas do rio.
Houve de tudo um pouco: mulher grávida que com o medo, stress e falta de médicos, teve o seu filho prematuro sem chegar a viver, criança pequena que pelas consequências das enchentes não sobreviveu a uma doença qualquer, um locutor de rádio, que de tanto falar a advertir as pessoas durante dias sem dormir entrara em estado de choque e teve que ser levado pelas autoridades locais para tratamento, enfim, um pesadelo.
O Governo disponibilizou alimento, água, medicamento e cobertores, tudo organizado e entregue pelo exército.
No final, todos retornaram às suas casas, embora muitos só tenham encontrado as ruínas, perderam tudo, tiveram que recomeçar do ZERO.
De imediatoseguiram-se as campanhas de vacinação contra nem sei a que, mas fui vacinada, cheia de medo da picada.
Vejo agora a situação do povo de Santa Catarina e sinto o que eles estão a sentir neste momento porque já vivi o mesmo, embora com uma diferença: Quando se é criança, tudo é festa, até mesmo ter que sair de casa a nadar ou retirado pelo SOS. Sei como é difícil recomeçar e mais difícil ainda é superar a dor de perder um familiar ou mesmo a família toda.
FORÇA POVO CATARINENSE! Não percam a esperança nem a coragem, com a ajuda do povo, Blumenau, Itajaí... santa Catarina voltará á normalidade.
Ametista