quarta-feira, 21 de maio de 2008

O Nó de Afecto







Numa reunião de pais numa Escola de periferia, a Directora ressaltava o apoio que os pais deviam dar aos seus filhos;
Pedia-lhes também que se fizessem presentes o máximo de tempo possível...
Ela entendia que, a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças.
Mas a directora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana, porque quando ele saia para o trabalho era muito cedo e o filho ainda dormia...
Quando retornava, já era tarde e o filho não estava mais acordado.
Explicou ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para ficar com o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.
E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria,.
Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo.
Quando o filho acordava e via o nó, sabia através dele, que o pai havia estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.
A directora emocionou-se com aquela singela história e ficou surpresa quando constatou que o ilho deste pai era um dos melhores alunos da Escola.
O facto nos faz reflectir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem presentes, se comunicarem com os outros.
Aquele pai encontrou a sua maneira simples mais eficiente.
E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afectivo, o que seu pai estava a lhe dizer.
Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizermos as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através dos sentimentos. Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam para aquele filho muito mais que presentes ou desculpas vazias. É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso.
Para que haja comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afecto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.
É por esta razão que um beijo, revestido do mais puro afecto, cura a dor de cabeça, o arranhão do joelho, o medo do escuro.
As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas sabem registar um gesto de amor.
Mesmo que este gesto seja apenas um nó.
Pense nisto.
(Autor desconhecido )
Ametista

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